domingo, 27 de julho de 2014

O IMPERIALISMO AMERICANO E OS SEMIANALFABETOS POLÍTICOS.

 Os últimos acontecimentos geopolíticos deixam poucas dúvidas: a guerra fria voltou. Se você ainda não percebeu isso, é porque você é, por assim dizer, meio lerdinho no que tange questões políticas. Bastaria lembrar que a Criméia é o primeiro território europeu anexado por uma potência militar desde a segunda guerra mundial. Fato este que, tenebrosamente, nos remete à invasão da Polônia pela Alemanha nazista e pela URSS em 1939. “Bastaria”, pois para os semialfabetizados políticos nem toda a contingência de fatos possível é capaz de despertar-lhes a consciência. Os analfabetos funcionais políticos não foram capazes de enxergar que o nosso continente é o palco principal do ressurgimento de uma força despótica que tanto fez sofrer povos de nações inteiras. Os déspotas não possuem ideologia, eles apenas usam seus discursos prontos para enganar as pessoas e assim dar prosseguimento aos seus projetos de poder. Só que o "anarfa" político não vê nada disso, ele está muito ocupado procurando decifrar as primeiras letras do abecedário, como um arqueólogo faz com hieróglifos. Os mercenários do século XXI que buscam o poder repetem sistematicamente o que os mercenários do século XX fizeram. Dentro destes discursos, há um inimigo imaginário, o moinho do de La Mancha: o “Imperialismo Americano”. Então, evocando essa imagem, eles procuram legitimar a destruição das instituições democráticas que levaram séculos para se erguer em nossas frágeis democracias. Quando vemos pessoas que ainda não puderam vislumbrar essa obviedade, ainda achamos normal, pois, como vocês sabem, o brasileiro nunca foi afeito aos estudos e nem ao raciocínio como exercício mental. Porém, quando os analfabetos políticos funcionais são pessoas formadas em Filosofia, História e Sociologia, daí a coisa muda de figura. Esse pessoal, em sua grande maioria, deveria devolver os diplomas que a sociedade viabilizou para eles através de impostos. Tais áreas deveriam servir para esclarecer a população sobre o grande sofrimento causado por regimes totalitarista, que usam ideologias para confundir as massas e assim chegarem ao poder, mas, eles fazem justamente o contrário. “Doutores” que ostentam títulos sacerdotais nestas respectivas áreas usam o seu “conhecimento” para maquiar mais ainda os acontecimentos históricos e geopolíticos, eles ajudam a alimentar a quimera representada pela figura do “imperialismo norte-americano”. (Aviso aos navegantes que quiserem minimizar a presença desses maquiadores nas universidades públicas que tenho um verdadeiro arsenal de provas sobre isso, não percam seu tempo me pedindo o óbvio que é de conhecimento geral).

 Mas, o pior de tudo é a arrogância quase criminosa desse pessoal. Há pouco tempo atrás, muitos de nós, pessoas sem formação em política e filosofia, alertávamos para o caminho tenebroso pelo qual o Chavismo estava conduzido a Venezuela. Contudo, os sacerdotes disfarçados de doutores riam, mangavam de quem apontava para essa realidade, diziam que a Venezuela vivia em plena democracia e que as coisas lá vinham melhorando. Agora, que a Venezuela afundou de vez numa guerra civil inerente à resistência de um povo contra o totalitarismo, como os que acometeram o leste europeu no século passado, esse pessoal fica em silêncio, estão acostumados a fugir de suas responsabilidades enquanto ostentadores dos respectivos diplomas. Os sacerdotes disfarçados de doutores tinham a OBRIGAÇÃO de contar a história destes regimes para a população, em vez disso, eles preferiram comprar o discurso Quixotesco do “imperialismo norte-americano”. Há um limiar entre ignorância e mau-caratismo, quem hoje faz o discurso contra o povo venezuelano que está lutando por NOSSAS liberdades está com um pé em cada lado: um pé na ignorância e o outro na canalhice. Esses boçais, se tivessem alguma hombridade, dariam o braço a torcer, diriam que foram uns cegos e que os que denunciaram a ascensão do totalitarismo naquele país tinham razão, mas, eles não fazem isso pois, além de tudo, têm o vício da soberba.

Qualquer um que não tenha sofrido a mesma lavagem cerebral que esse pessoal sofreu é capaz de reconhecer o grande benefício que foi o surgimento dos EUA como a principal potência do planeta, discutir isso seria chover no molhado. Porém, debater tais questões com esses pseudo-acadêmicos é como tentar convencer um crente que o diabo é o caminho da salvação, eles vão usar toda a retórica aprendida em bancos de escola para negar esse fato. Desde a posse de Nicolas Maduro, há cerca de 1 ano, 30 venezuelanos já foram mortos, outras centenas foram feridos e mais de mil estão presos. Esses números, em termos relativos (considerando o tempo), já superam com folga o regime militar que tivemos no Brasil com o golpe de 1964. Só que nada disso interessa para esse pessoal, eles ainda tem sua cervejinha, seu papel higiênico, suas liberdades. Entre encontros regados a uma boa cerveja gelada, eles acusam pessoas como a que vos escreve de serem paranoicas, riem de nós do alto de suas soberbas cegas... A diferença entre um lunático paranoico e alguém que enxerga o óbvio são os fatos. Porém, fatos para esse pessoal nada dizem, eles se julgam inteligentes o suficiente para dispensá-los e colocar em seus lugares aleivosias retóricas e dialéticas.

O continente passa por um período delicadíssimo e uma força militar estrangeira (a mesma que anexou a Criméia) se prepara para por as botas na América do Sul, enquanto nossos historiadores, filósofos e sociólogos ofertam sua contribuição para impedir que enxerguemos isso. 2014 será um ano crucial, depois disso, se a oposição perder em nosso país, dificilmente voltaremos a respirar ares democráticos, estaremos mais próximos que nunca do totalitarismo socialista que empobrece todas as nações que toca e as transforma em prisões e infernos dantescos na terra, variam apenas no grau de ortodoxia. Para piorar, temos que lidar com anos de descaso com questões sociais profundas, como a violência urbana, que só tendem a se agravar, como se agravaram muito na Venezuela. Essa gente quer que sintamos na pele o que os venezuelanos sentem agora: escassez, desespero, violência sem limites e totalitarismo.

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