quinta-feira, 20 de novembro de 2014

ABORTO E EUGENIA

Até agora não quis me pronunciar em relação a tão delicado tema. Mas, pra tudo tem um começo. No leste europeu, se tornou habitual o aborto de fetos de meninas. É facílimo imaginar uma coisa muito óbvia: as predileções sociais, caso o aborto seja mais difundido, servirão como seletoras para a realização da prática. Então, no leste europeu, o resultado demográfico prático disso é o aumento da proporção de homens naquelas populações. - Nossa, que coisa desejável, né? - Vamos agora levar a coisa para outras searas, através do uso do raciocínio indutivo e da imaginação. Nesta semana, foi divulgada uma descoberta definitiva da genética: a homossexualidade tem bases em uma interação de genes, é, portanto, um comportamento inato em grande proporção. E aí? Conseguiu vislumbrar onde isso pode chegar em um futuro próximo? – O advento da genética, em pouco tempo, trará uma tecnologia capaz de predizer se a criança, assim como acontece no caso das mulheres, seria homossexual. Isso, como vc agora pode imaginar com mais clareza, certamente seria motivo para uma “seleção artificial”. Sobretudo naquelas sociedades de culturas pouco tolerantes com a homossexualidade, tais como algumas do leste europeu, a homossexualidade será motivo para a interrupção de uma gravidez. - Já está vislumbrando que mundo maravilhoso de diversidade de gênero poderá despontar no leste europeu? - O exemplo do leste europeu apareceu aqui apenas devido às recentes notícias da predominância de aborto em fetos femininos, mas, é claro que tal problemática seria generalizada por onde houver legislação que permita o aborto sem maiores embargos. Mas, não pára por aí. 

Recentemente, o biólogo e militante Richard Dawkins revelou que considera uma imoralidade que uma mãe queira ter um bebê com síndrome de down, já que dispomos hj de tecnologia para diagnosticar o feto nesta condição e legislação que permite o aborto. Para ele, é um grande fardo ter que conviver com portadores dessa síndrome, pobrezinho.


 O colega de Dawkins e líder de várias seitas fanáticas, Peter Singer, declarou abertamente em seu livro “Ética Prática” que não há diferença significativa, do ponto de vista funcional e cognitivo, entre um recém-nascido e um feto, e que, portanto, o direito ao aborto deve ser estendido para recém-nascidos, algo que agora alguns “estudiosos” de “bioética” estão chamando de “abordo pós-parto”. - Um eufemismo barato para infanticídio. Se esse sujeito for respaldado por cientistas, o direito ao aborto trará também outras implicações que merecem mais atenção, além desta apontada neste texto. 


Eu não sou favorável ao aborto, mas concordo que o tema é muito complexo e que há bons argumentos a favor. Porém, a eugenia intrínseca ao resultado de qualquer cultura que aceite essa prática não pode ser dissociada de tal, queiram os defensores do aborto ou não: o direito ao aborto e eugenia estão indissociáveis.

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