Antigamente, no século XIX,
um véio barbudo bateu com o martelo na bancada e decretou:
"Sabemos que o valor de qualquer mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho materializado em seu valor-de-uso, pelo tempo de trabalho socialmente necessário a sua produção.” (Barba Ruiva, 1867)
"Sabemos que o valor de qualquer mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho materializado em seu valor-de-uso, pelo tempo de trabalho socialmente necessário a sua produção.” (Barba Ruiva, 1867)
Daí surgiu uma
"tiuria", a "tiuria do valor-trabalho", muito famosa. Para
esta obra prima do intelecto humano, todo lucro só pode advir do trabalho. Você
sabe como os "J"ênios são, né!? - Eles sempre acertam na mosca.
Então, vamos ver como fica essa "tiuria" aplicada ao dia a dia?! Ou
seja, será q ela tem “valor” empírico?! Acompanhe as estórias:
- João foi comprar carne pra fazer um churrasco com amigos.
Chegando ao açougue, João perguntou quanto custava o KG da picanha. O açougueiro
respondeu: "20 pila". Logo após, João perguntou o preço do coxão mole
(é professor, tadinho). - O açougueiro responde: "10 pila". João, lembrando-se
de sua aula de sociologia da faculdade, faz a perspicaz pergunta: "Qual
deu mais trabalho para preparar" !? O açougueiro, sem entender qual era a
do rapaz, responde: “ Ahh... As duas deram o mesmo trabalho, sô! Que pergunta
esquisita!!”
- Maria adora música,
então, foi à loja comprar CDs. Ela viu o preço do CD de Villa-Lobos: 15 R$. Muito eclética, ela foi ver o preço do CD de
Michel Teló: 40 R$. "Será que essa diferença
de preço se deve a quantidade de trabalho empregada na confecção do
CD" ?! Pensou Maria.
- Jardilene adora sapatos
caros. Metida feito só foi direto na "Louis Vuitton". - Preço: 2.000 R$.
Saiu de fininho e comprou um par muito semelhante com o mesmo material por 200
R$ na lojinha ao lado. Será que o sapato da Vuitton deu cerca de 10x mais trabalho para ser
produzido do que o que comprei !? Pensou Jardilene, colega de João e de Maria na mesma
faculdade.
E agora, Barba!? Se aproximadamente tudo deu o
mesmo trabalho de preparo, tudo o mais constante, então, como explicar para estas pessoas a diferença tão brutal de preços!? Como sua teoria ajuda a explicar isso?
Fácil essa: NÃO
EXPLICA. E nem precisa, pois os dogmas não precisam de provação empírica, são apenas questão de fé. Fé não se discute e ponto final. Então a teoria do
valor-trabalho não tem valor algum. É com essa “teoria do valor sem valor” que
os socialistas do passado justificaram suas barbaridades, alegando que lutavam
contra a suposta exploração que advinha da noção de valor do barbudão do
martelo. É com base nessa mesma teoria que os socialistas de hoje se ressentem
do mundo e dos empresários, os quais julgam serem “exploradores”. - Foi com
base nessa “tiuria” que o Barba exigiu a “derrubada de toda ordem social
vigente”. Os acadêmicos socialistas posteriores ao mestre não souberam procurar
onde esta o valor das coisas, fizeram como o guru, procuraram no lugar errado.
– O valor das coisas está na cabeça dessas
pessoas, Barba, não no objeto. Esta na cabeça do João, da Maria e da Jardilene. É a avaliação
que as pessoas fazem desses produtos que explica porque Michel Teló dá mais lucro que
Villa-Lobos, não tem nada a ver com a quantidade de trabalho. - Fazer o que, né!?
Derrubar toda a ordem social vigente por conta disso!?